Topografia do Limite

Marilia Jaci - Topografia do Limite - 2006
Fotomontagem
38x176cm

Marilia Jaci - Topografia do Limite - 2006
fotomontagem
25,5x152cm


Marilia Jaci - Topografia do Limite - 2006
fotomontagem
25,5x114cm

____________



TOPOGRAFIA DO LIMITE

ANDO SEMPRE OLHANDO PARA CIMA,BUSCANDO NO CÉU AZUL UM “DESCANSO DE TELA “ PARA A DENSIDADE DO URBANO”.

PERCEBO OS PRÉDIOS QUE LIMITAM O ENCONTRO COM O CÉU AZUL.

MEU OLHAR A VISTA O LIMITE,UMA LINHA.

VEJO O TOPO DA ARQUITETURA.

LINHA DE TOPO,HORIZONTE PROPOSTO,ÀS VEZES COM FOLGAS,ÀS VEZES COM RESPIROS.

ARQUITETURA COMPACTA,DENSA,IMERSA NUMA POÉTICA ANTIGA,DO PASSADO.

PRÉDIOS QUE CONTÉM EM SUA ARQUITETURA UM CAMINHO JÁ PERCORRIDO.

PROPONHO COM A JUNÇÃO DAS FOTOS LADO A LADO UMA TOPOGRAFIA DO LIMITE.


Marilia Jaci

____________


"A série de fotografias de Marilia Jaci mostra imagens de antigos prédios,sempre vistos de baixo para cima.
O deslocamento para o passado,marcados por suas características arquitetônicas,aponta para algo que se perdeu. A perspectiva intensificada pelo ângulo de observação das construções cria um movimento ascendente,dissociando cada prédio de sua localização original.Dispondo-as lado a lado,Marilia constrói novas vizinhanças e bairros imaginários.O espaço finito das construções não pertence mais a ruas,toca agora,delicadamente,o infinito dos céus."

Luiz Ernesto
Outubro / 2006

____________


"Elementos: céu,fachadas.

'Topografia do limite', o olhar de um corpo em deslocamento pela cidade,um olhar que se desloca nas imagens de céus, de edifícios, de uma paisagem reconstruída a partir de uma possibilidade outra para se olhar.
A artista menciona uma “saída para a densidade do urbano”,esse olhar para cima,esse deslocamento do olhar.
Percebe-se, a partir desse movimento, a decorrente formação de uma nova paisagem,essa nova topografia proposta por Marília. Uma linha irregular divide a paisagem,deslocando o horizonte para o encontro com o azul do céu. A arquitetura toca o céu(ideal do gótico).Essa arquitetura que tem o céu como limite,portanto,é contemporânea,aparentemente despida de impulsos míticos.Ela evoca um passado histórico,evidente nos fragmentos de fachadas captados pela artista. Eles evocam uma modernidade conservada em meio ao caos pós-moderno.O recorte operado por esse novo olhar isola o tempo das fachadas do contexto em que se inserem.
Ao mesmo tempo ,e paradoxalmente,o movimento que busca uma saída para o caos urbano constrói e encontra refúgio no encontro do elemento arquitetônico(urbano) com a natureza (o céu ).Assim,supomos que esse “olhar para o céu”,esse deslocamento,não se possa abandonar por completo,nessa poética,o elemento que evoca aquilo que é feito pelas mãos do homem,embora associado a um espaço comumente atribuído ao divino. Nesse sentido,falar de limite significa repensar a finitude humana."

Fabiana de Moraes

____________

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu recado: